
O latim sempre fez parte da história da cultura ocidental. Pouco tempo atrás seu estudo fazia parte do currículo da educação básica de muitos países. Hoje, seu estudo está restrito a algumas faculdades no curso de letras e teologia. Antigamente se aprendia quando criança a ter a base para ler as Catilinárias e as Metamorfoses. Hoje é difícil encontrar quem saiba quem foram Cícero e Ovídio!
Quando digo às pessoas que sou um latinista, logo pensam que é um absurdo estudar um idioma “morto”. Ora, quando digo que não só estudo, mas também que falo o idioma com alguns professores e amigos diletos, aí que é “esticar a baladeira” como se dizia na minha época!
Agora vamos ver a pergunta no começo do texto: vale a pena estudar latim? Certe, amici! Certamente! Vamos elencar alguns motivos,
Tem uma rica literatura tanto em prosa como em poesia. É o idioma de grandes pensadores como Cícero e Sêneca. Há poemas épicos fascinantes com o a Eneida de Virgílio; temos as comédias divertidíssimas de Plauto e Terêncio; os poemas de Catulo, às vezes românticos como o poema número cinco, digno de se recitar para a namorada ou esposa, mas também satíricos e eróticos. Para terem uma ideia as traduções inglesas da Era Vitoriana não traduziam alguns poemas para o inglês, mas para o italiano! Há boas traduções, especialmente da chamada “idade de ouro”, no século I a.C, mas nada se compara a ler o texto no original!
Os romanos complementaram o legado dos gregos na filosofia e na política, contribuindo para um legado jurídico-cultural que perdura até hoje. As pessoas inconscientemente ainda falam ditados que vêm daquela época como errare humanum est (errar é humano) ou de gustibus non est disputandum (gosto não se discute). Os regimes de casamento, de sucessões, as obrigações, tudo isso está relacionado ao Direito Civil e tem suas raízes no Direito Romano. Então um advogado que conheça bem o latim teria um diferencial em relação aos outros. Além do direito, o vocabulário de étimo latino está presente em todas as ciências antigas como astronomia, física, filosofia, medicina (nesta última, há mais grego). Foi o idioma oficial da ciência no qual Newton escreveu seus principia mathematica, por exemplo.
Pode parecer estranho, mas latim é bom para o cérebro e, consequentemente, para a saúde mental. Seja o cérebro um músculo ou um órgão, ele tem que ser exercitado! Por se tratar de um idioma que contém declinações e um sistema de verbos mais complexo que idiomas mais conhecidos como espanhol e inglês, o aluno precisa entender muito bem a gramática, além de utilizar-se de lógica e bom senso para traduzir corretamente uma oração. Aprendendo latim, qualquer outro idioma neolatino fica fácil, e já serve como uma base para o grego antigo e o sânscrito. O cérebro passa a funcionar como um computador potente para comparar vários idiomas por meio de um mapa mental, não só com os idiomas neolatinos como português, espanhol e italiano, mas pode ajudar também com idiomas germânicos, pois há palavras de origem latina em seu vocabulário. Então, se aprender a utilizar a técnica dos mapas mentais, aprender um idioma novo será muito mais fácil
Estes são os principais motivos por que acho que aprender latim é vantajoso. Se quiser saber mais sobre o idioma e sobre a técnica dos mapas mentais que utilizo não só para aprender idiomas, mas também em várias áreas, escreva nos comentários abaixo. Gratias ago. Valete, omnes! (obrigado! Tchau!)
