
Há muito que os sistemas educacionais falharam e não entregam os resultados almejados pelos pais. Aprende-se com frequência que o propósito da educação são dois: ensinar para a vida e preparar o aluno para os desafios profissionais, começando por vestibulares, Enem, concursos etc. É uma triste realidade que atualmente a escola só ensina o supérfluo, o qual também é esquecido ao chegar à fase adulta, e os alunos não se sentem motivados a aprender, além de perdidos em relação a qual carreira seguir.
Alunos “medianos”
Uma vez vi um documentário em que um professor menciona que tinha alunos medianos, mas com “consciência de classe”. Deu para ler nas entrelinhas que o termo “mediano” foi um eufemismo, pois queria dizer que eram medíocres mesmo.
Às vezes imagino o sábio cínico (no bom sentido, sua vertente filosófica se chamava cinismo) Diógenes sendo ressuscitado no século XXI. Haveria só uma pequena modificação em sua célebre história: o filósofo, que outrora buscava um homem honesto com sua lanterna pelas ruas de Atenas, passaria a procurar um brasileiro que dominasse o vernáculo do português, sua língua mãe; que domine a matemática fundamental e tenha noções básicas de ciências e geografia. Já assisti a inúmeros vídeos em que influenciadores brasileiros e estrangeiros, verdadeiros Diógenes modernos, entrevistam jovens e adultos aleatórios, em geral em um shopping, uma praça, locais frequentados por pessoas de várias classes sociais e níveis de escolaridade, e fazem indagações básicas, simplórias até, como “quantos lados tem um triângulo?”; “qual a primeira pessoa do plural” ou “cite um país que faz fronteira com o Brasil?”. As respostam nos causam uma sensação mista entre o riso e o choro! Em outras épocas, crianças saberiam responder tais perguntas!
Doutrinação exponencial
Para quê ensinar se podemos doutrinar? Eis a lógica seguida! Formar um aluno que seja livre pensador deve dar muito trabalho e imagino que nem compense a hora aula!
É difícil resumir a doutrinação atual em poucas palavras, mas é certo de que a realidade das escolas é um verdadeiro sonho de Antônio Gramsci que se tornou realidade. Ensina-se para alunos do século XXI uma educação para militantes do século XIX. Professores de História vivem em uma realidade paralela em que o comunismo deu certo e as pessoas fugiram para o lado oriental quando o Muro de Berlim caiu. Os alunos têm mais aulas relacionadas a satisfazer a militância de uma agenda política com ideologia de gênero e absurdos como “afromatemática” do que temas relevantes ou uma formação para a vida. Moral e cívica, organização do estado, educação financeira e educação política nunca mais foram ensinados! As aulas de História se resumem a criar uma dicotomia de opressor e oprimido. Como comprovar isso? Mostre uma foto de Karl Marx para qualquer aluno. Pode ter certeza de que será reconhecido de imediato. Agora mostrem fotos de Ludwig von Mises e Milton Friedman e imaginem o que acontece! Ninguém saberá de quem se trata! Nem mesmo na faculdade de economia ouvi falar neles!
Estudei numa escola que se dizia religiosa, mas o que se fazia era ter aulas em que os professores de religião ensinavam os Dez Mandamentos, mas, no mesmo dia, viria um professor de História nos encher de marxismo cultural e nos ensinar a ver a religião e a espiritualidade como o “ópio das massas”. Tampouco éramos influenciados a ler nada, a não ser decorar nomes de escritores famosos e suas respectivas obras. Tive a sorte de não ter tido aulas de ideologia de gênero, pois ainda não havia virado modinha, mas hoje se ensina que homens podem se identificar como mulheres, gatos, cachorros, papagaios etc. Tenho receio de que nossas escolas vão se tornar autênticos zoológicos nos próximos anos!
Nem para a vida nem para o mercado!
É muito comum, como já mencionamos, se ouvir que a escola deve preparar o aluno para a vida e para o mercado de trabalho. Algumas se jactam de estar preparando para ambos, mas, na realidade, o que se vê é uma preparação de fachada. Não consigo conceber tal “preparação para a vida” sem a leitura atenta dos clássicos gregos e romanos, que são a raiz da nossa civilização. Sem as raízes, a árvore não há de se desenvolver nem de dar frutos! Quanto a preparar para o mercado de trabalho, os alunos acabam o colégio sem saber em que trabalhar. O ensino técnico, que muitas vezes é mais útil que quatro anos numa universidade, é o patinho feio da educação!
Nada se fala sobre mercado de trabalho, então fica-se perdido, persistindo o problema ao ingressar no ensino superior, o que faz com que muitos jovens busquem fontes de renda alternativa. Já perdi a conta de quantos motoristas de aplicativo me deram cartões de visita de advogado, contador, administrador etc! Alguns até com mestrado, diga-se de passagem. Afinal, diploma não enche a barriga! Talvez devessem incluir disciplinas de direção defensiva e primeiros socorros nas faculdades de Direito e Administração? Nunca se sabe!
Conclusão
Vemos então um sistema falido, menosprezado por alunos e professores num grande teatro, em que o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende um conteúdo que será esquecido imediatamente após fazer a prova. O supérfluo é ensinado, os alunos mais aplicados sabem descrever os detalhes do sistema excretor dos platelmintos, pois se não o souber, não passa na prova, mas não sabe o que tem um “Z” e não um “S” em palavras como “fazer” e “casa”, pois a resposta está no latim, um estudo útil e há muito tempo esquecido por nossos brilhantes burocratas, mais interessados em revolução do que em educação.

Respostas de 2
Gostei demais!!
Show andré, retratou bem o que vem acontecendo com a educação no brasil e também no ocidente